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Intervenção urbana Teatro pós-dramático e performativo

Intervenção urbana: É proibido deitar

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Imagem de Teresa Marinho

Proibido deitar: este é o título da intervenção urbana produzida pelo Grupo de Teatro O  Clube,  cujo mote é a expressão homônima inscrita nos bancos do Parque Municipal de Belo Horizonte. O elenco performador tem as presenças de Patrícia Siqueira, Daniel Toledo, Isaias Campara, Regina Ganz e Carolina Rosa. A direção é de Rita Clemente.

Por que chamar este tipo de trabalho de intervenção urbana? Em primeiro lugar, porque difere, pelo menos em princípio, do teatro em espaços abertos e do teatro de rua. Alguns outros nomes  são utilizados para definir as performances que interagem diretamente com os espaços, como site specificenvironmental theater. Cada um desses termos carrega suas conexões, vínculos, percepções, contextos etc.

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Teatro pós-dramático e performativo

O teatro de Tadeusz Kantor (1)

A realidade do nível mais baixo

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Origem: http://www.zwoje-scrolls.com/zwoje20/text12p.htm

Tadeusz Kantor (1915-1990), um artista de happenings, esculturas, desenhos e teatro,  publicou inúmeros manifestos poéticos que se tornaram, por sua vez, outras criações. Não são espelhamentos ou identidades entre textos e performances,  e sim um jogo de afecções mútuas.  Tomemos uma definição do próprio Kantor para  seu teatro: a realidade do nível mais baixo. Uma expressão emblemática de sua arte, que pode ser mais bem compreendida a partir de três questões:

a) a crítica da ilusão teatral (e do teatro-representação);

b) a arte moderna, a abstração e o desaparecimento do objeto e da figura humana;

c) a crítica de Gordon Graig, um dos renovadores do teatro, que considerava inferior a arte do ator vigente na sua época,  por  estar presa à emotividade. Diferente de outras artes (música, artes plásticas),  a matéria  da interpretação teatral consistiria na própria existência pessoal do artista, sujeita ao movimento das paixões  e, portanto, sem as definições ascendentes da beleza que se igualaria à precisão.  Na sua visão, o ator deveria ser uma supermarionete.

Kantor responderá a esse contexto justamente com a realidade do nível mais baixo. Vejamos: